Centro de aquicultura da Codevasf em Alagoas terá incremento de parceiros e projetos em 2015

Uma reunião de monitoramento e planejamento das ações do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco) para 2015 retomou esta semana a gestão compartilhada do centro tecnológico e científico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Governo de Alagoas, Embrapa e Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) integram, com a Codevasf, o Comitê Gestor do Ceraqua São Francisco. 

Entre as definições está a elaboração do Plano de Trabalho da unidade para 2015 e a realização de capacitações para técnicos e piscicultores familiares nas áreas de Piscicultura Básica e Manejo Sustentável da Piscicultura.

Um dos encaminhamentos retirados da reunião do comitê de gestão compartilhada do Ceraqua São Francisco foi a priorização das ações de produção, de pesquisa, de capacitação e de transferência de tecnologia. Também foi discutida a necessidade de estabelecimento de diretrizes comuns e compartilhadas entre as instituições parceiras na gestão da unidade como forma de otimizar os recursos humanos e financeiros e a infraestrutura no trabalho de revitalização da bacia do rio São Francisco.

Outro assunto discutido foi a execução do Plano de Monitoramento Ictiológico e de Qualidade de Água do rio São Francisco. “A reunião avaliou as ações desse trabalho realizadas até agora e tratou sobre as ações para o último quadrimestre do ano e para 2015. Estamos com grande expectativa de ampliar as ações do plano, pois agora teremos como parceiros os professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que possuem em seu quadro diversos pesquisadores atuando nessa linha”, explicou o chefe do Ceraqua São Francisco, o engenheiro de pesca da Codevasf Álvaro Albuquerque.

4,2 milhões de alevinos

Segundo Albuquerque, a unidade possui como estimativa, somente para os últimos quatro meses de 2014, a produção de 4,2 milhões de alevinos. “Projetamos para o quadrimestre de setembro a dezembro de 2014 a produção de 2,8 milhões de alevinos de espécies de peixes por meio da propagação artificial. Também estamos trabalhando na produção de mais 450 mil alevinos de espécies nativas por meio da reprodução natural e 950 mil alevinos de tilápia, o que totaliza uma meta para esse período de 4,2 milhões de peixes”, apontou Albuquerque.

Ele acrescentou ainda que, nesse mesmo período, a previsão é de que o Ceraqua São Francisco insira nas águas da bacia hidrográfica do rio São Francisco cerca de 1,3 milhão de alevinos e peixes juvenis por meio da realização de peixamentos públicos.

O encontro serviu ainda para alinhar as atividades de pesquisas realizadas por instituições parceiras da Codevasf na gestão e execução de atividades no centro tecnológico e científico, entre elas cinco projetos de pesquisa em curso ou a serem iniciadas em 2014. Entre as instituições que atuam na produção de conhecimento nas áreas de aquicultura e recursos pesqueiros no Ceraqua São Francisco estão a Ufal, a Embrapa, a UFS e a própria Codevasf.

As capacitações e ações para transferência de tecnologia produzida na unidade também estiveram em pauta na reunião. Os membros do Comitê Gestor do Ceraqua São Francisco programaram para o próximo mês de dezembro a realização do curso e Dia de Campo “Boas Práticas de Manejo para a Piscicultura Sustentável” para técnicos da Codevasf e de instituições públicas que prestam assistência técnica a piscicultores familiares nos vales do São Francisco, do Parnaíba, do Itapecuru e do Mearim e para produtores do Baixo São Francisco. 

Outro treinamento que será realizado é um curso básico de piscicultura, que pretende capacitar piscicultores e interessados em aderir a atividade em conhecimentos técnicos e práticas da área.

Inclusão produtiva e social

Após a reunião, os participantes do encontro visitaram as instalações do Ceraqua São Francisco para conhecer e avaliar a estrutura da unidade, como laboratórios, áreas de produção, fábrica de ração, alojamentos, refeitórios e demais dependências do centro tecnológico e científico. 

Para o diretor de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Motta, que coordenou a reunião, a consolidação da gestão compartilhada do Ceraqua São Francisco, uma inovação na gestão pública, é hoje uma das prioridades da Área de Revitalização da Companhia. 

“A importância desse encontro está na presença desses importantes parceiros aqui, discutindo o monitoramento e o planejamento das ações do Ceraqua São Francisco. Essa é uma das prioridades da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, pois significa um marco para o desenvolvimento da aquicultura como atividade econômica e de inclusão produtiva e social, não somente para o Vale do São Francisco, como para todo o país”, declarou.

O superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Ivan Craveiro, também participou da reunião e destacou que o conhecimento científico e tecnológico produzido pelos parceiros da gestão compartilhada da unidade tem como foco beneficiar o desenvolvimento das atividades aquícolas e pesqueiras, em especial dos aquicultores familiares e pescadores artesanais. “Vejo aqui uma enorme pujança nas equipes das instituições parceiras envolvidas na produção científica e tecnológica. Com as ações de transferência de tecnologia, quem ganhará são os aquicultores e pescadores artesanais. Essa parceria renderá frutos e prova que desenvolvimento regional se faz com alianças estratégicas e produção compartilhada de conhecimento”, afirmou.

Além do diretor de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, do superintendente regional da companhia em Alagoas e do chefe do Ceraqua São Francisco, também participaram da reunião o especialista da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf Albert Bartolomeu técnicos da unidade, os pesquisadores da Embrapa Paulo Carneiro, Alexandre Nizio e Sérgio Procópio, os professores da Ufal Petrônio Coelho, Juliet Xavier, Luciano Amorim e Ticiano Gomes e da UFS, Marcelo Brito e Caroline Bomfim.

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